"Do porco não sobra nem o grito". Título de uma dissertação de mestrado na UFSM, o mesmo pode se dizer para a produção pecuária. E neste caso, a supressão do grito é fator de bem estar animal.
Atividade tradicional e com raízes históricas na colonização e desenvolvimento do estado do RS, a produção pecuária tem incorporado grandes mudanças em seus sistemas produtivos. E não é só a pecuária: aves, suínos, ovinos e bubalinos também passaram ou passam por mudanças importantes.
Com um aumento de 39% em 55 anos (1960-2015) a pecuária brasileira vem competindo com o aumento gradativo na área de lavoura nas diferentes regiões. Na contramão, no mesmo período, tem andado a pecuária leiteira, com aumentos de 72% no número de estabelecimentos, 58% no número de animais/estabelecimento e mais de 250% na produção por vaca/ano. O que há de comum nestas duas categorias produtivas?
A disponibilidade de carne e leite/habitante.dia no perído de 1960 a 2015 passou de 280 para 440 g (para carne) e, de 150 para 750 mL de leite. O consumo aumentou e os preços pagos ao produtor, como ficaram?
A evolução na incorporação de tecnologias produtivas foi puxada pela cadeia produtiva de suínos e aves, que ditaram regras e padrões de qualidade no produto final para todas as categorias. Índices como conversão alimentar, taxa de desfrute, de prenhez, leitegadas por porca/ano, litros de leite por vaca/ano passaram a ser buscados com máxima atenção pelos produtores. Estes e outros indicadores passaram obrigatoriamente por três pontos chaves: genética, manejo das condições ambientais e alimentação.
Nítida foi a mudança no campo nos quesitos ambiente e alimentação. Melhorias em instalações, equipamentos e qualificação pessoal foram necessárias sob pena de a propriedade ser descredenciada do sistema produtivo. Ao mesmo tempo, a alimentação foi e é foco de constante evolução.
Na produção de carne de gado em sistemas confinados a silagem (de milho, sorgo, girassol, cana de açúcar e outros derivados) tem liderado a dieta no quesito volumoso. Da mesma forma tem se observado para propriedades com foco na produção de leite, também em sistema intensivo. Ambas usam o que há de melhor em termos de aditivos e concentrados capazes de suprir a demanda exigida pelas categorias e maximizar a produção, reduzindo custos.
Os mesmos cuidados são observados para sistemas que usam o "pasto no campo" como a fonte de alimento. Qualidade de folha, intensidade de desfolha, altura de entrada e saída de pastejo, taxa de bocado, entre outros não são mais termos de "doutor em pastagem", mas sim do dia a dia de quem está na atividade.
Nesta evolução de processos e produtos, pesquisas vêm sendo desenvolvidas buscando os chamados e já conhecidos Sistemas Integrados de Produção, que envolvem não somente a lavoura de grãos (com posterior resseadura ou semeadura de azevém e aveia para pastejo, aqui no Sul, ou a braquiária na região do Brasil Central), mas também florestas. Aqui temos o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, muito mais complexo, exigindo mais flexibilidade e conhecimento de todos.
É com essa proposta, de trocar conhecimento e informações, que convidamos você a visitar nossa Vitrine Tecnológica. Juntos somos melhores. É o comportamento animal mais uma vez em ação: a curiosidade por algo novo.
Aguardamos a todos em nosso espaço.
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